Preocupado com a situação atual do Rio dos Sinos, o artista plástico, natural de São Leopoldo, Sérgio Rodriguez, 30 anos, resolveu fazer seu protesto pessoal, através de sua arte, pintando os pilares existentes entre as Estações Unisinos e São Leopoldo da Trensurb, com o trabalho intitulado de Rio dos Sinos Fúnebres. "Esta foi a maneira que encontrei para dizer que estou descontente com o que está acontecendo com este rio que fica a sete quadras da minha casa. Não quero ver o rio morrer", comenta o jovem, relembrando o desastre ambiental, ocorrido em outubro de 2006, que resultou na morte de mais de um milhão de peixes, atingindo 15 quilômetros do Rio dos Sinos, no trecho entre Sapucaia do Sul, Esteio e Canoas. Segundo ele, sua obra é pessimista e foi inspirada nesta frase: "Em um futuro menos distante do que você imagina..." As imagens, que já ocupam 15 pilares, tentam advertir que o futuro é hoje e que se nada for feito pela preservação do meio ambiente, a humanidade só terá pela frente degradação, poluição e desconforto. Sérgio iniciou seu trabalho com a autorização da Trensurb. A escolha para manifestar sua revolta contra a poluição não foi por acaso. "Minha prioridade é levar minha arte para o maior número de pessoas possíveis e os pilares são excelentes suportes porque proporcionam boa visibilidade.", diz o pintor, que observa a reação das pessoas desde o primeiro pilar pintado. "Estou fazendo as pessoas pararem para pensar sobre o que está acontecendo com o rio e, de alguma forma, estou formando opiniões.", diz Sérgio. "Acho muito importante o que ele está fazendo. Se cada um fizesse a sua parte, tivessem a atitude que ele está tendo, muita coisa mudaria em nossa sociedade.", diz Carmen Luci Schroder, 49, moradora de São Leopoldo, que parou para elogiar o trabalho artístico de Sérgio. Mas o artista não está sozinho neste manifesto contra a poluição do rio. O artista gráfico Felipe Oliveira, 24, também vem contribuindo com a luta. Ambos fazem um trabalho com estética pessimista para que as pessoas possam ver que a realidade não está tão distante. Tinta acrílica, spray e algumas colagens são as armas utilizadas pelos rapazes. Todo o custo com o material sai do próprio bolso. O trabalho independente custou até agora em média R$ 350. "Não queremos patrocínio para não calarem a nossa voz. Queremos ter liberdade para manifestar o que realmente pensamos", diz Sérgio. O trabalho destes jovens artistas iniciaram em janeiro deste ano e não tem previsão para acabar. Eles pretendem colorir todas os pilares entre a Estação Unisinos e a Estação São Leopoldo. Sérgio Rodriguez tem seu talento reconhecido em salões de arte e exposições no Rio Grande do Sul. Já foi premiado no XIV Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre. Recentemente, expôs com grandes nomes das artes no Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC) e tem obras na Galeria Arte&Fato de Porto Alegre. Sua formação artística está ligada ao Atelier Livre da Prefeitura da Capital gaúcha. O trabalho atual, "Rio dos Sinos Fúnebres" está inscrito na Bienal B, que é paralela à Bienal do Mercosul, um espaço para artistas independentes.
Fonte - http://www.trensurb.com.br/
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